12 junho, 2012

Conheça as dificuldades de ser cristão no Turcomenistão


Manhã de domingo. Em uma grande cidade no Turcomenistão, mais de 50 cristãos se reúnem. Eles cantam, oram e ouvem um sermão do Pastor Mahmud*. Ao que tudo indica, é um culto normal, mas, para os presentes, isso não ocorre sem perigo. Ser cristão no Turcomenistão é uma luta.



Como se sobrevive como cristão, em um país onde a influência da ex-União Soviética ainda é evidente e onde todos presumem que você é muçulmano?
A igreja de Mahmud é um cômodo alugado no subsolo de um quarteirão de apartamentos. Não há nada que sugira que seja um prédio de igreja até que Mahmud tira um púlpito de dentro de um armário e o cobre com um pano, com uma cruz. O culto começa. O som dos cânticos parece estranho e mudo, embora estejam as mesmas pessoas na igreja, todos os domingos.
A garota na frente do salão, à esquerda, bate palmas exuberantemente, mas os outros parecem se juntar sem nenhum sentimento. Como as pessoas de fora, parece que a vida lhes foi tirada. Todos se mantêm discretos de forma a evitar dificuldades. No Turcomenistão, não precisa fazer muita coisa para se arrumar problemas. Você pode até ser multado por não limpar seus sapatos ou por seu carro não estar brilhando o suficiente.
A Língua do Coração
Oficialmente, existe  liberdade religiosa no Turcomenistão, mas, na prática, isso se restringe ao islamismo sunita e, em menor grau, à Igreja Ortodoxa Russa. Para ter permissão para se reunir como comunidade cristã, a igreja tem de ser registrada no Estado.
A igreja de Mahmud tem licença e, então, pode se reunir livremente. “A despeito disso, ainda estamos sendo observados para ver se não estamos ultrapassando os limites. Pode haver um infiltrado sentado no meio da congregação. Realizar cultos em turcomeno é um ato, visto como evangelismo, o que é proibido, assim como possuir uma Bíblia na língua turcomena”.
Ainda assim, durante o culto, Mahmud constantemente alterna entre o russo e o turcomeno. “Muitos sabem o russo, mas turcomeno é a língua que toca seus corações. Meu desejo é que o máximo de pessoas ouçam a Palavra de Deus e que as igrejas sejam registradas. Então, as autoridades não mais poderão ignorar os cristãos e simplesmente dizer que não há cristãos aqui”.
Visitas aos Lares nas Áreas Rurais
A igreja de Mahmud está autorizada oficialmente a realizar cultos, mas as coisas são bem diferentes nas regiões rurais, onde vivem muitas etnias turcomenas. Mahmud tem contato regular com pastores, dos quais a maioria não possui permissão para se reunir.
Um deles diz: “Minha igreja tenta se reunir todos os domingos, mas é sempre impossível. Nós nos encontramos em grupos nos lares. Um ou dois de nós vamos a um vilarejo e visitamos os cristãos em casa. Mas o controle social é grande e muitas pessoas mantêm sua fé em segredo. Eles não ousam ter contato com outros cristãos”.
Podemos nos alegrar por haver, também, um lado bom nessas visitas aos lares. “Algumas vezes, vamos às casas de cristãos e há parentes muçulmanos presentes durante a conversa. A cultura turcomena é de se contar histórias.  As pessoas gostam de ouvir, mesmo as histórias sobre Jesus. Elas O conhecem do islã, mas como profeta. Isto fornece uma oportunidade de falar a elas sobre o Evangelho. Desta forma, as pessoas também vêm para a fé”.
Dificuldade para Crescer na Fé
A igreja de Mahmud consegue se reunir como grupo aos domingos. Mas, mesmo o pastor tem dificuldades em manter a unidade entre os cristãos. Julgando pelas aparências, tudo vai bem e há solidariedade. Durante o culto, logo antes do sermão, quando chega a hora da saudação de paz, todos se levantam para apertar as mãos, uns dos outros, e conversar. Mas, a pressão dos controles das forças de segurança e o temor de fazerem algo errado, mina a confiança mútua.
Além disso, alguns membros da igreja se recusam a comparecer aos cultos porque outras pessoas têm diferentes ideias de como os mesmos devem ser conduzidos. Há cristãos que rompem com a igreja e continuam por si mesmos. Isto é difícil porque há poucos pastores bem treinados e é proibido fornecer treinamento bíblico. Isto significa que, com todas as restrições, é difícil para a Igreja no Turcomenistão crescer na fé. 
Alguns cristãos não mais ousam frequenter reuniões e ficam em casa. Olga* é uma delas. Ela não vai aos cultos da igreja há meses, e quase não tem contato com outros cristãos. A única maneira de ver Olga é visitá-la em sua casa à noite. Isto é precedido por um telefonema cripto para que alguém que possa ouvir não saiba quem estará vindo ou quando. A tensão é tangível quando a campainha toca, mas a porta não se abre imediatamente. Primeiro, é feita uma verificação pelo olho mágico para ver quem está lá.
Então, a porta se abre e é rapidamente fechada novamente. Na sala, Olga diz como está passando. Tão logo menciona sua conversão, seu marido se levanta e sai da sala. “Ele não quer mais ouvir sobre isso”, diz Olga. “Acho que ele ainda é cristão, mas não quer ser confrontado com isso”.
As lágrimas se formam nos olhos de Olga quando ela diz que seu marido a proibiu de ter contato com outros cristãos. “Ocasionalmente, ele me permite me reunir com alguns cristãos que conheço há muito tempo, mas, na verdade, ele preferiria que eu não tivesse nenhum contato com eles. Ele teme que seja feita uma busca domiciliar em nossa casa e ele perca seu emprego”.
Olga se aquieta enquanto segura as lágrimas. Fazendo uma pausa, de vez em quando, ela continua.
“Os turcomenos se veem como um segundo deus. Meu marido também. A família inteira tem de obedecê-lo e é por isso que quase nunca eu me reúno com outros cristãos. Eu entendo seu temor, mas por que ele não me permite ir?” Como muitos outros, Olga se pergunta como pôr sua fé cristã em prática, em sua vida. Alguns cristãos turcomenos foram os primeiros em suas famílias a vir para a fé. Eles não têm nenhum exemplo a seguir e nenhum livro onde possam aprender como aplicar sua fé. 
“Algumas vezes, sinto-me tão impotente”, continua Olga com uma voz suave. “Como posso dar uma criação cristã aos meus filhos? Quando minhas duas filhas eram menores, cada um podia levar algo para a escola o que fosse importante para si. Minhas filhas levavam livros ilustrados de histórias bíblicas com elas. Mas a professora não lhes permitia mostrar os livros; se desobedecessem a ordem, não mais seriam bem vindas na aula. Como posso lhes mostrar o bom lado do evangelho? Minhas duas filhas adolescentes estão no meio da puberdade e, como todas em sua idade, nem sempre querem ser observadas por sua mãe. No passado, elas gostavam de ouvir as histórias bíblicas que eu lhes contava. Agora dizem que já ouviram essas histórias tantas vezes que não querem ouvi-las novamente”. 
Não somente seu marido e suas filhas dão a Olga, a sensação de que está só, em sua fé cristã. “Outras pessoas me julgam. Se eu não sacrificar uma ovelha durante o festival islâmico de sacrifício, as pessoas me perguntam por que não o faço. Então, digo: Alguém já trouxe o sacrifício para mim. Com isso me refiro a Jesus”, diz ela. “Ainda que seja difícil e haja muitas coisas que não entendo, por causa de Jesus, tenho paz em meu coração. Deus nunca me deixará. Ele nunca vai embora e responderá. É nisto que me apego. Levo tudo a Deus em oração. Através disso, meu relacionamento com Ele se mantém”.
A mensagem que Mahmud imprime em sua congregação no domingo seguinte é esta: “Jesus Cristo não veio para julgar, mas para buscar e encontrar. Nós temos tempo, mas não sabemos quanto. Hoje é o dia de se reconciliar com Deus. Ele te concederá perdão.
Por causa do que o Senhor Jesus fez no Gólgota, não estamos mais amarrados às coisas aqui na Terra. A obra foi feita. Há liberdade em Cristo, mesmo que nem sempre você a perceba”. 
Esta é uma mensagem importante, em uma terra onde regras inumeráveis e regulamentos estão paralisando o país. Quando Mahmud fala sobre este encorajamento, as lágrimas rolam nos rostos de vários membros da congregação. “Temos que deixar a Verdade irromper”, continua Mahmud. “E temos de mostrar isso a outros e não mais pensar que as coisas são impossíveis. Nós temos Boas Novas para as pessoas ao nosso redor”.

*Por razões de segurança, todos os nomes neste relato são fictícios.

FontePortas Abertas
TraduçãoGetúlio Cidade

Cristãos indianos perseveram na fé

Era um dia frio de inverno, em dezembro passado, mas os cristãos estavam adorando com danças e canções em Oriya e Kui, línguas nativas tribais. Mulheres e crianças sorridentes balançavam folhas de árvores, mexendo-se ao som alto da batida do tambor. Sua alegria se derramava, enquanto eles se regozijavam por terem suas próprias casas novamente, construídas com a ajuda de Portas Abertas e, agora, sendo consagradas para a glória de Deus.
Mas, há apenas dois anos, os cristãos dos vilarejos de Badabanga e Bandabaju mal podiam articular seu desespero.
Localizadas no interior atingido de Kandhamal, as duas comunidades cristãs estavam desabrigadas desde que extremistas hindus irromperam em violência em agosto de 2008, matando 120 cristãos, destruindo centenas de igrejas e derrubando 6 mil casas na região. Cerca de 52 mil cristãos ficaram desalojados em Orissa.
Expulsos de seus vilarejos, os cristãos sobreviventes foram avisados que somente teriam permissão para voltar se renunciassem sua fé em Cristo. Então, escolheram permanecer fora de seus vilarejos, construindo abrigos para si com galhos, folhas de plástico rasgado ou tijolos de barro bruto.
Durante meses, esses cristãos sem terra não tiveram nenhuma fonte de renda. Os negociantes hindus não os empregavam mais como diaristas para cortar pedras. As mulheres foram banidas das florestas, onde sempre tinham estado, juntando folhas para fazer pratos de folhas e vendê-los. Pais temerosos não ousavam mais enviar seus filhos para a escola, onde eram firmemente discriminados pelos colegas hindus.
O auxílio da Portas Abertas
Quando a Portas Abertas inspecionou as duas comunidades, estava claro que esses cristãos precisavam não apenas de ajuda humanitária, mas de reabilitação prática. “Eles precisavam ser capacitados, não alimentados, de forma a recuperar sua dignidade e sua vida”, explicou um obreiro de campo da Portas Abertas. Poucas organizações cristãs estavam dispostas a trabalhar na região montanhosa de Kandhamal, onde guerrilheiros maoístas são uma ameaça constante.
Para iniciar o processo de capacitação, a Portas Abertas introduziu grupos celulares em ambas as comunidades. Conduzido por moradores dos vilarejos, mas assistido por um guia e orientador de Portas Abertas, os grupos celulares se reuniam semanalmente para estudo bíblico, mas também organizavam múltiplas atividades voltadas para o desenvolvimento urgente e necessário da comunidade local.
A maioria dos adultos não sabia ler nem escrever. Então, iniciou-se um projeto de alfabetização adulta para ajudar a resgatá-los da pobreza. Ao mesmo tempo, foram abertas escolas-pontes* para seus filhos, protegendo-os da forte discriminação que enfrentavam nas escolas locais. De forma significativa, as crianças hindus logo superaram em número os alunos cristãos, dando oportunidade a crianças de ambas as origens de ouvir histórias do Evangelho e mensagens cristãs em um ambiente positivo.
Um projeto de habitação permitiu que todos os que tinham perdido suas posses construissem novas casas. Uma viúva idosa, em Badabanga, estabeleceu o exemplo ao doar seu terreno para assentar todas as famílias cristãs expulsas de seus vilarejos. A despeito de suas próprias perdas, seus filhos concordaram em sacrificar sua herança, compartilhando sua propriedade com seus irmãos e irmãs em Cristo.
Todos os membros dos grupos celulares foram encorajados a economizar seus ganhos, ajudando-os a abrir contas bancárias para iniciar pequenas bases monetárias. Almoços comunitários foram organizados periodicamente para prover oportunidades de comunhão e compartilhamento.
Um fornecimento de cobertores ajudou os cristãos desalojados a suportarem o frio do inverno das montanhas e, Portas Abertas, também distribuiu bicicletas para facilitar o ministério de pastores e evangelistas locais.
“Eu creio que um dia, nosso vilarejo será definitivamente um modelo para os outros!”, disse Sunil Nayak, de Bandabaju. Após perder tudo e lutar para sobreviver, ele e sua família tinham vivido sob uma cobertura de plástico. “Durante o verão, sentíamos o calor escaldante nos fazendo derreter. Na estação das chuvas, a água jorrava para dentro e, algumas vezes, o vento levava nosso abrigo para longe. No inverno, nós tremíamos enquanto dormíamos no chão”.
“Mas agora minha família pode permanecer junta e ser protegida do calor, da chuva e do frio. É difícil acreditar que tenho minha própria casa! Agradeço a Deus por enviar a Portas Abertas para o meu vilarejo”.
“Estava além de minha imaginação que eu pudesse ter uma bela casa para minha família”, disse Balma Digal, uma viúva com três filhos e uma sogra de 70 anos para cuidar. Após perder tudo na violência de 2008, ela e sua família se esconderam na mata para não serem mortos e, então, viveram em vários campos de refugiados por quase dois anos. Após se juntar à célula de seu vilarejo, Balma disse: “Nosso Deus é tão maravilhoso.
Aqui estou eu nutrida espiritualmente e tendo boa comunhão com outros cristãos. Sou muito grata a Deus e a Portas Abertas pelo seu cuidado especial para conosco”.
Através de várias iniciativas de Portas Abertas, Balma aprendeu a ler e a escrever, seus filhos entraram na escola-ponte para continuar seus estudos e, agora, tem sua própria casa.
Quando Godabori Pradhan voltou a Badaganga, morou fora do vilarejo em uma casa improvisada por mais de dois anos. “O que chamamos de casa é apenas palha coberta com folhas de plástico”, disse ele. “Não possuímos nenhuma fonte de ganho, exceto pela venda de madeira e corte de pedras”.
Durante a violência, Godabori perdeu seus animais domésticos, sua única fonte de renda. Desesperado de que nunca mais conseguiria ter um par de bois novamente, agora ele diz: “Deus tinha um grande plano para nós por trás de todos esses problemas e sofrimentos.
Através de Portas Abertas, Ele me deu um par de bois! Deus é capaz de fazer qualquer coisa em nossa vida, se crermos nEle”.

*As escolas desses vilarejos não fornecem ensino de qualidade. A escola-ponte que a Portas Abertas abriu age como uma ponte entre a escola regular e os alunos. As aulas são dadas em um local comum (escolhido) cada dia após a escola regular e os alunos revisam o que lá foi ensinado. A escola-ponte fornece ensino de boa qualidade e atenção pessoal às crianças. Não apenas os pais cristãos, mas os pais hindus também vieram pedir permissão à Portas Abertas para colocarem seus filhos nas escolas-pontes. E agora as crianças hindus superam em número as cristãs. Recentemente, a comunidade hindu pediu à Portas Abertas para abrir uma escola-ponte dentro de seu vilarejo, oferecendo o espaço do Centro Comunitário. A escola-ponte tem sido um salto gigantesco em direção à reconciliação. 

FontePortas Abertas
TraduçãoGetúlio Cidade

Ataques a Igrejas Cristãs na Nigéria deixam pelo menos seis mortos


Ataques à igrejas cristãs na Nigéria, deixaram pelo menos seis mortos e dezenas de feridos neste domingo. O responsável pelo ataque é o grupo radical islamita conhecido como Boko Haram.

Este foi mais um atentado no meio de outros ataques realizados pelo grupo. Um carro bomba detonou seus explosivos no domingo fora da igreja e homens armados atacaram outra igreja no norte da nação.

Segundo o porta-voz da polícia do estado de Plateau, o carro bomba se dirigiu em direção à igreja Christ Chosen Church of God em Jos e detonou sua bomba nas proximidades. Mais tarde jovens irritados retaliaram contra os muçulmanos. Quatro pessoas e o bombista suicida foram mortos e mais de 40 ficaram feridos.

Enquanto isso, em Biu, cidade do nordeste do estado de Borno, homens armados começaram atirar contra a igreja EYN, que significa “Igreja do Brethen na Nigéria”. Segundo o porta-voz militar coronel Victor Ebhaleme, um porteiro e outro adorador foram mortos, enquanto outros ficaram feridos.
Quase todas os fins de semana, as igrejas têm vivenciado algum tipo de violência pelo Boko Haram, em Jos e Biu, as cidades mais atacadas. Apesar da forte presença militar na região, os ataques parecem contínuos e sem meios de parar.
O movimento do Boko Haram visa a cidade de Jos, capital do Estado de Plateau, por estar na fronteira entre o norte de maioria muçulmana e o sul da Nigéria de maioria cristã.
A seita Boko Haram chocou a população depois dos ataques mais sangrentos durante oNatal de 2011 e a Semana Santa de 2012, que deixaram dezenas de mortos.
Fonte Christian Post